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Mostrando postagens de junho, 2014

Da violência - Francisco Ohana

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Da violência Vejo-os desde aqui, personagens, na busca de um autor digno de sua comédia. Capaz do mínimo enredo, de qualquer impressão de sentido nas orações subordinadas e pontos finais que se deixem entrever no texto esdrúxulo. Vamos à fala final, ao fim da partida. Que correspondem, ainda assim, à parte menos evidente das relações sociais de produção de um mundo ora seco, ora musical, mas sempre – sempre – teatral. Não há nada que não possa ser feito ou dito, que impeça alguém de aprender as regras de interesse. Não há ninguém digno de salvação – afinal, que pensamos de nós mesmos? –, de maneira que nos resta ser algo mais ou menos próximo do que somos e bancar a tragédia da escolha. Em dita condição, não há especialidade que esteja além do raciocínio, da visão, tampouco desajustes malsãos o bastante para justificar a opinião de que algo esteja fora de lugar. Não está, e assim é. Essa abordagem parece áspera de início, mas contribui para o tratamento de conceitos antigos so

#xereksatanik - Guilherme Preger

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#xereksatanik #aorigemdomundoéumaxerecasatânica #ofimdomundoéumcu #daxeracaaocufodamos #viveréfoda #fodamosparaviver #cadaumcostureasuavidacomseudesejo #dabocaaocuéumtubosó #axerecaéumdesvio #sigaaxereca #axerecaéumatalho #corpoencruzilhadadeburacos #bocacuxereca #axerecaéoxdaquestão #xoxotaburaconegrodouniverso #xotaatratordeluz #grelhodocosmos #nãovaitercopavaitercozinhaecuzinho #vaginavulvabocetaxoxotaxerecapassarinhabacurinhaperiquitaxibiu   #vaitercópula #prontofalei Conto escrito para o encontro de 10/06/2014   Guilherme Preger é escritor e engenheiro, autor de Capoeiragem (7Letras) e está no Clube da Leitura desde sua fundação.

Mote do encontro 24/06

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mote lido por Márcio Couto Partículas Elementares Os elementos da consciência contemporânea não se adaptam mais à nossa condição de mortais. Jamais, em qualquer outra época e em qualquer outra civilização, pensou-se tanto na idade. Cada um tem na cabeça uma perspectiva simples de futuro: chegará o momento em que a soma dos prazeres físicos restantes será menor do que a soma das dores (em resumo, sente, no fundo de si mesmo, os ponteiros girarem - sempre no mesmo sentido). Esse balanço racional dos prazeres e das dores que cada um, cedo ou tarde, acaba por fazer, desemboca, inexoravelmente, a partir de certa idade, no suicídio. É engraçado observar, a respeito disso, que Deleuze e Debord, dois intelectuais respeitados deste final de século, suicidaram-se sem razão precisa, simplesmente porque não suportavam a perspectiva da própria decadência física. Esses suicídios não provocaram nenhuma surpresa, nenhum comentário; em geral, os suicídios de pessoas idosas,